Eyes of a Stranger
Não sei se isso é comum à todos mas sei que muitas vezes, passo bastante tempo sem ouvir algum determinado som e quando o faço novamente me surpreendo com o a sensação. É como se eu sempre soubesse que gosto muito daquela música ou banda mas tivesse esquecido o que sinto aou ouvi-la. Nesses momento acabo escutando a música repetidas vezes sem acreditar em como posso ter ficado tanto tempo sem ter contato com aquilo especificamente. Quando uma música realmente me toca a sensação é tão louca e intensa, que tenho a triste certeza que a maioria das pessoas nunca sentiu algo parecido ao som de sua canção favorita. É claro que sei que tem muita gente que sim (normalmente depende do grau de musicalização da pessoa mas isso não quer dizer que seja necessário tocar um instrumento), já conversei com amigos a respeito e o mais divertido são as descrições das sensações. A que mais se aproxima do que sinto é a vertigem. Como se eu estivesse no topo de um edifícil bem alto e olhasse para baixo. Brinco com uma amigo que não é algo muito bom não... rs. Chega a ser estranho, mas é viciante. Lembro-me de ter passado mais de uma hora com essa sensação durante o show do Allan Holdsworth e também do Chic Corea, mas normalmente ela não se mantém por tanto tempo.
Enfim, tive contato com o Queensryche ainda adolescente. Os vi pela TV no Rock'n Rio e, na época, o que mais me chamou a atenção na época foi a bateria com várias correntes penduradas. Depois disso comprei o Operation Mind Crime que até hoje é um de meus cds favoritos. Depois comprei o Empire o que re-afirmou minha opinião sobre o trabalho da banda. Sempre achei impressionante a voz e a técnica do Geoff Tate e ele se tornou uma referencia para mim em termos de vocal rock.
Há uns 6 ou 7 anos, resolvi levar minha mãe, que nunca havia saido do Brasil para conhecer Nova Iorque. Foi na mesma ocasião em que tomei algumas lições com o Greg Howe. Lembro-me que descobri um site super completo, que tinha tudo o que estava acontecendo na cidade com detalhes. Tive uma grata surpresa de ver que o Queenryche estaria naquela semana fazendo um concerto no estilo An Evening With.. onde tocariam o Operation Mind Crime inteiro (com cordas e cena) e depois um show normal com músicas de outros cds. É claro que não podia perder aquela oportunidade única. Minha mãe é super empolgada e me acompanha em tudo sem problemas, mas um show do Quennsyche foi exigir demais dela e ela preferiu dar umas voltas pelas redondezas do hotel enquanto eu, sozinho, me aventurava pelas linhas de metrô de NY (que mais parecem uma teia de aranha se olhadas em um quadro). Depois de alguns percalços e uma grande caminhada consegui chegar ao local do show que já havia começado. Comprei ingresso de um cambista, pois não tinham mais na bilheteria. (Quem disse que só o Brasil tem dessas coisas? Rs...) O show havia começado há poucos minutos e ao entrar no local fiquei impressionado com a estrutura e também com o tanto de gente que ali se aglomerava pra ver os caras. Vi o show inteiro e como, impressionado com a performance de todos principalmente do Geoff. Na época sempre andava com um cd do Khallice na mochila e no final consegui entregar um pra ele. Sabia que provavelmente ele nunca escutaria, mas eu tava ali e o cd tava na mão... enfim, não custava nada.
Alguns anos depois entrei no Almah e no meio das gravações do Fragile Equality, que aconteceram no estudio Norcal em SP, o Queensryche passou quase uma semana lá, esperando a data do próximo show. O Edu já conhecia o Mike Stone, um dos guitarristas da banda na época, e o convidou para uma participação especial no cd. Ele topou de imediato. No dia da gravação ouviu o que já estava pronto em nosso cd com bastante empolgação e gravou a sua participação. Alguns membros do Khallice estavam lá no estudio com a gente, jogando sinuca e tomando cerveja. Naquela semana o Khallice ia tocar em SP e eles chegaram alguns dias antes. Mike gravou um solo em nossa balada Shade of my soul e depois fomos todos comer em uma lanchonete. Foi interessante em meio às conversas lembrar-me daquele dia em NY alguns anos antes. Me fez pensar em como a vida dá voltas. Mike nos convidou para ver o show que aconteceria no final de semana como convidados VIPS. Infelizmente, citando o post abaixo, não pude aceitar. Eu estava há muitos dias em SP gravando com o Almah e gravei minha última nota numa quarta. O show só ocorreria no sábado e ficar todos esses dias a mais, longe da minha escola e dos meus shows por aqui seria um preço que eu não estava disposto a pagar.
Pra fechar a história uma coisa relativamente chata aconteceu. No dia seguinte da visita do Mike, o Edu e o Felipe perceberam que por algum motivo não poderiam usar o solo do Mike. Acho que foi algum problema técnico se não me engano. Acabei gravando outro solo e este é o que, de fato, está no cd. De qualquer forma, valeu toda a experiência e os momentos de confraternização.
Está é uma das minhas músicas favoritas, e o fato de estar escutando ela toda hora (de novo), rendeu este post. (Esqueçam o visual anos 80, ok? Rs...)
http://www.youtube.com/watch?v=A4duZjxusGM
Abraços!
21 de fevereiro de 2010
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4 comentários:
Ae Marcelo,coloca esse link do site de NY aqui nos comentários por favor? estou indo para lá e queria saber algumas coisa.Abraços
Pois é Renan, na época salvei esse site nos favoritos do meu laptop. Só que nessa mesma viagem esqueci o laptop dentro do taxi e nunca mais o vi. Rs... Não achei mais esse site em específico e lembro que ele tinha uma aparencia bem tosca, bem básica. Talvez nem exista mais...
Talvez um site de ingressos como este aqui ajude:
http://toponlinetickets.com/ResultsGeneral.aspx?stype=0&kwds=New%20York%20Concerts#top
De qualquer forma, se vc nunca foi a NY, além da programação turística básica, recomendo que assista o Off-Broadway do Stomp. Apesar de ser um espetáculo que não é sediado na broadway propriamente dita, é simplesmente fantástico. Não deixe também de conferir a programação do Blue Note. (http://www.bluenote.net/newyork/index.shtml) É fantástico e o lugar é um santuário do que há de melhor na música mundial.
O Pub do BB King tb vale a visita e fica bem perto do Time Square. Vc vai andando.
Se é músico, deleite-se na rua 48th. Tem um trecho com várias lojas de instrumentos musicais uma do lado da outra. É a Teodoro Sampaio de lá... Rs... Ah... A Guitar Center não fica nessa rua. Ela é do outro lado, meio longe até. Eu fui andando, mas se tens preguiça de caminhas pegue um metrô. Dá bem uma hora de caminhada... Vale a pena ir pq a Guitar Center de lá é bem maneira.
Vou continuar olhando aqui. Se eu achar o site ou algo parecido eu posto.
Abraço e boa viagem.
E aí, Marcelone?!
Cara, sobre ter visto o show do Queensryche na sua pré-adolescência, você deve estar se confundindo. Eles tocaram no Rock in Rio 2, então você já devia ter uns 15, 16 anos. Não vale mentir na idade não!
E de resto, tudo tranquis? Continuo em lua de mel com meu novo violão Taylor...
P.S.: Eu tenho o Mindcrime em vinil!
Grande Varotto! Obrigado pela correção. Tirei o PRÉ da frase pra ficar mais verítico. Rs...
Que bom que vc ta curtindop o Taylor. Ele ficava o tempo todo guardado aqui e, como acredito que as coisas "gostam de ser usadas" fico feliz por vc e por ele.
Grande abraço irmão!
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