29 de junho de 2007

Letras 16

O TEMPO

"O despertador é um objeto abjeto.
Nele mora o Tempo.
O Tempo não pode viver sem nós, para não parar.
E todas as manhãs nos chama
freneticamente
como um velho paralítico a tocar a campainha atroz.
Nós é que vamos empurrando,
dia a dia,
sua cadeira de rodas.
Nós, os seus escravos.
Só os poetas
os amantes
os bêbados
podem fugir por instantes ao Velho...

Mas que raiva impotente dá no Velho
quando encontra crianças a brincar de roda e não há outro jeito senão desviar delas a sua cadeira de rodas!
Porque elas, simplesmente, o ignoram...."



DAS UTOPIAS

Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos se não fora
A mágica presença das estrelas!



POEMINHO DO CONTRA

Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!


Marios Quintanas ;)

3 comentários:

Anônimo disse...

Dois...
Apenas dois.
Dois seres...
Dois objetos patéticos.
Cursos paralelos
Frente a frente...
...Sempre...
...A se olharem...
Pensar talvez:
“Paralelos que se encontram no infinito...”
No entanto sós por enquanto.
Eternamente dois apenas.

Pablo Neruda

Marcelo Barbosa disse...

Rs...

Muito bom!

Anônimo disse...

Diria...sincero, ousado, claro, inesperado.
Aquelas paredes estavam repletas de poesia. Mas não havia Neruda.

 
Free counter and web stats