24 de agosto de 2009

Mais Entrevista

Ontem de madrugada recebi um email do meu parceiro Gustavo Vasconcelos pedindo que eu respondesse a uma série de perguntas para uma entrevista. O fiz ontem de madrugada ainda, sem saber que hoje mesmo as respostas já estariam sendo divulgadas.

O nome da coluna é "Eu falei o que eu disse" e a entrevista encontra-se postada abaixo. (Clique para ler no formato original)


1) Qual sua primeira lembrança musical?

Cresci em um ambiente musical, apesar de ser o primeiro músico da minha família. Sempre ouviam em casa muita MPB como Elis, Djavan, Caetano, Gilberto Gil entre outros, acho que isso formou a minha referencia, um modelo a partir do qual qualquer outra música que fosse ouvida por mim seria, consciente ou inconscientemente comparado a essa base. Depois acabei sendo bastante influenciado pela explosão do rock Brasil. Na época em que bandas como Legião, Capital, RPM e outras surgiram houve uma epidemia de bandas de rock na cidade, e eu como pré adolescente não poderia ficar de fora. Mas a grande porrada na cabeça veio mesmo com o Rock in Rio I. Eu já tinha uma guitarra, mas era como um brinquedo pra mim. Tocava de vez em quando, sem muita pretensão. O festival foi coberto pela Globo e lembro que fiquei assustado com tudo aquilo. Era um mundo muito eletrizante e lembro claramente ainda hoje da imagem do Angus Young ou do David Coverdale no palco. Naquele momento foi plantada uma semente em minha cabeça e pouco tempo depois, ainda por volta dos 15 ou 16 anos tive a certeza do que eu queria para a minha vida.


2) Seu primeiro trabalho no negócio da música?

Depende do que você chama de trabalho. Comecei cedo. Com 16 pra 17 anos já tocava na noite e antes disso me apresentava em festivais de escolas e festas de amigos. Mas ou menos na mesma época comecei a dar aulas particulares de violão e guitarra e com o tempo ingressei como professor em duas das maiores escolas de música da época. Acho que posso chamar de primeiro trabalho com a música tanto as aulas particulares quanto as noites no restaurante do Pontão. Eu costumava tocar lá se não me engano aos sábados com a Kátia Monteiro e foi uma grande escola pra mim ter essa oportunidade tão cedo.


3) Quando e como aconteceu sua primeira grande aparição no mercado?

Isso também é relativo... Acho que foi com o lançamento do primeiro CD da banda Khallice, que foi lançado inicialmente independente mas que depois foi re-lançado no Brasil pela paulista Hellion Records e em seguida no mundo pelo estadosunidense Magna Carta.


4) O ponto alto da sua carreira?

Graças a Deus, encontro-me nele agora.

5) Maior desapontamento?

Não consigo lembrar de nenhum. Guardos as conquistas e as coisas boas. Dos desapontamentos e frustrações ficam só a experiência e o aprendizado. Os fatos em si são deletados


6) Qual é o momento do cenário musical brasileiro?

Acredito que muito parecido com o do resto do mundo. Um momento de transição onde ninguém pode dizer com certeza o que vai acontecer.


7) Se pudesse mudar qualquer coisa na indústria musical brasileira, o que seria?

Proibiria o famigerado jabá. Acho engraçado porque, pelo que me parece, não é algo tão complicado de se fazer. Todos sabem da existência, todos dizem que algo deveria ser feito à respeito mas ninguém com o poder necessário põe a mão na massa. Há muitos anos a coisa se inverteu e o problema é que o grande público não para pra questionar nada. Eles acham que um artista está na TV ou no rádio porque ele é bom, tem talento, musicalidade, carisma ou seja o que for. Na verdade a razão de qualquer artista ter este tipo de espaço é quase que totalmente financeira ou política. Aí vira um ciclo vicioso, pois as referências da maioria das pessoas passam a ser aquelas que estão na mídia, pois não têm acesso a nada diferente. Então fica mais fácil ainda empurrar goela abaixo dos consumidores QUALQUER coisa, já que os mesmo não possuem as ferramentas necessárias para poder, de fato, escolher o que ouvir e comprar.


11) Em termos de mercado: pode levantar algum diferencial que Brasilia tenha em relação a outro estados?

Apesar de estar longe do ideal Brasília não é nem de longe ruim. Tenho viajado o Brasil inteiro tocando e as reclamações são gerais.Mesmo quando se fala de São Paulo ou Rio de Janeiro. Brasília sempre foi uma cidade muito musical e isso ficou claro com o tempo em termos de número e qualidade de produção. Acho que o céu único e ocenário altamente arborizado, com muito verde servem como grande inspiração. Além disso, até a década de 80 a cidade não tinha muitas opções pra diversão, acho que montar uma banda acabou sendo uma saída para muitos que viveram este momento.

12) Um conselho sobre música em Brasília, para um jovem artista de fora?

Seria o mesmo que para um jovem músico de qualquer outro lugar. Viver de música já não é fácil, pior num país onde nem o básico como educação e saúde se tem. Seja profissional e se valorize. Música é, além de uma grande diversão, um trabalho, trate-a como tal.

13) Se pudesse jantar com três artistas (do passado ou presente), quem seriam?

Jimi Hendrix, Bach e Miles Davis. (Imagina o naipe do jantar...) Só não dá pra saber o que iria tocar no som ambiente...rs


14) Qual é “A” pergunta que sempre quis fazer (para qualquer um dos três)?

Difícil escolher uma pergunta. Acho que ia ficar ali caladinho, ouvindo os três falarem e tentando entender um pouco do mundo desses três gênios revolucionários.


15) Em sua opinião, houve algum artista específico que foi o grande propulsor da música brasileira no mundo?

Acho que seria injusto falar de apenas um. E depende também se você está falando do estilo MPB/Bossa Nova ou de música feita no por brasileiros. De Carmem Miranda a Ivan Lins, passando por Tom Jobin, Villa-Lobos. Sepultura, Angra, Hermeto Pascoal dentre muitos outros. Lembro-me de ficar muito feliz ao ir pela primeira vez ao tradicional Blue Note, em Nova Iorque, assistir a um show do Chic Corea. Antes do show começar estávamos olhando alguns cartazes de shows passados que estavam enquadrados nas paredes e dentre dezenas de grande nomes da música mundial de todos os tempos estava ali o do Ivan Lins. Senti muito orgulho naquele momento.


16) Como ponto de referência na música brasileira hoje, o que nós deveríamos estar ouvindo?

Tem muita coisa boa sendo produzida em todos os estilos, apesar da maioria não ter o espaço que eu julgaria justo na grande mídia.

17) Qual seu próximo grande desafio?

Estou com alguns projetos em andamentos. Dentre eles o GUITAROSOFIA que é uma sério de video aulas de guitarra que estão sendo postadas semanalmente no Youtube. Nelas abordo técnicas de guitarra, composição, improvisação e muito mais. É um grande bate papo despretensioso sobre música. As duas primeiras aulas já estão disponíveis e podem ser conferidas aqui: www.youtube.com/marcelogtr
O projeto é bem maior que isso, mas esta é a primeira fase. Depois que 20 primeiras aulas estiverem disponíveis no Youtube poderão ser compradas pelo meu site ou do GTR em DVD, só que desta vez com as transcrições em partitura e tablatura, além de 10 aulas inéditas que não irão para o Youtube.

18) Seu álbum favorito (CD ou Vinil) de todos os tempos?

Vocês e essa mania chata de querer que escolhamos só um de cada.... Rs. Depende do dia, do meu humor, da minha vibe. Gosto muito do Revolver dos Beatles, é o que me vem à cabeça agora. Mas confesso que nunca parei pra pensar em um único álbum favorito e me dá uma puta angústia só de pensar em ter que escolher um. Rs...

Marcelo Barbosa
www.marcelobarbosa.com.br

4 comentários:

Anônimo disse...

caracolis! Li esse seu post ontem e sonhei com vc. Sonho doido hein?! kkk Vc chegava num bar com mais 2 amigos, tomava altas e depois entrava numa sala, atras do bar, para fazer uma cirurgia no abdomem. Daí todo mundo ficava te olhando pelo buraco da fechadura. Vc era forte, travado! E os cabelos eram na cintura. kkk q estranho, mas era vc mesmo. E pior, eu nao te conheço. Nunca te vi na vida! só por aqui. kkkkkkkkkkkkkkk
é cada coisa! kkk
Fica na paz! bj bj

Anônimo disse...

Ops, esqueci de assinar. Sou a Beatriz

Grace disse...

Certo... e vc acha que é a única que já sonhou com ele por aqui? kkkkkk

Marcelo Barbosa disse...

Putz Beatriz! Que sonho tosco heim..rs Sem operação no abdomen, por favor.....

Bjão!

 
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