26 de fevereiro de 2011

Letras 54

Trecho de um dos meus livros de cabeceira (O Homem Medíocre), pilar formador de minha psique, com mais quatro ou cinco obras de igual valor.

"Há alguns excessos de bondade que não poderiam diferenciar-se do envilecimento; há falta de justiça na moral do perdão sistemático. Fica bem perdoar uma vez, e seria iníquo não perdoar nunca; mas, aquele que perdoa duas vezes, torna-se cúmplice dos malvados.

Não sabemos o que teria feito Cristo, se lhe tivessem esbofeteado a outra face que ofereceu ao que o afrontara, esbofetando a primeira: os escolásticos preferem não discutir este problema.

Ensinemos a perdoar; mas ensinemos, também, a não ofender. Será mais eficiente. Ensinemos com exemplo, não ofendendo. Admitamos que, na primeira vez, ofende-se por ignorância; mas convém crer que, na segunda, seja por vilania. O mal não se corrige com a complacência, nem com a cumplicidade; isto é nocivo, como os venenos, e devem opôr-se, a tal conceito, antídotos eficazes: a reprovação e o desprezo."

20 de fevereiro de 2011

Letras 53

Vi no Facebook e lembrei o quão importante é este texto.


O SONHO DOS RATOS
Rubem Alves

Era uma vez um bando de ratos que vivia no buraco do assoalho de uma casa velha. Havia ratos de todos os tipos: grandes e pequenos, pretos e brancos, velhos e jovens, fortes e fracos, da roça e da cidade.

Mas ninguém ligava para as diferenças, porque todos estavam irmanados em torno de um sonho comum: um queijo enorme, amarelo, cheiroso, bem pertinho dos seus narizes. Comer o queijo seria a suprema felicidade...Bem pertinho é modo de dizer.

Na verdade, o queijo estava imensamente longe porque entre ele e os ratos estava um gato... O gato era malvado, tinha dentes afiados e não dormia nunca. Por vezes fingia dormir. Mas bastava que um ratinho mais corajoso se aventurasse para fora do buraco para que o gato desse um pulo e, era uma vez um ratinho...Os ratos odiavam o gato.

Quanto mais o odiavam mais irmãos se sentiam. O ódio a um inimigo comum os tornava cúmplices de um mesmo desejo: queriam que o gato morresse ou sonhavam com um cachorro...

Como nada pudessem fazer, reuniram-se para conversar. Faziam discursos, denunciavam o comportamento do gato (não se sabe bem para quem), e chegaram mesmo a escrever livros com a crítica filosófica dos gatos.Diziam que um dia chegaria em que os gatos seriam abolidos e todos seriam iguais. "Quando se estabelecer a ditadura dos ratos", diziam os camundongos, "então todos serão felizes"...

- O queijo é grande o bastante para todos, dizia um.

- Socializaremos o queijo, dizia outro.

Todos batiam palmas e cantavam as mesmas canções.

Era comovente ver tanta fraternidade. Como seria bonito quando o gato morresse! Sonhavam. Nos seus sonhos comiam o queijo. E quanto mais o comiam, mais ele crescia. Porque esta é uma das propriedades dos queijos sonhados: não diminuem: crescem sempre. E marchavam juntos, rabos entrelaçados, gritando: "o queijo, já!"...

Sem que ninguém pudesse explicar como, o fato é que, ao acordarem, numa bela manhã, o gato tinha sumido. O queijo continuava lá, mais belo do que nunca. Bastaria dar uns poucos passos para fora do buraco. Olharam cuidadosamente ao redor. Aquilo poderia ser um truque do gato. Mas não era.

O gato havia desaparecido mesmo. Chegara o dia glorioso, e dos ratos surgiu um brado retumbante de alegria. Todos se lançaram ao queijo, irmanados numa fome comum. E foi então que a transformação aconteceu.

Bastou a primeira mordida. Compreenderam, repentinamente, que os queijos de verdade são diferentes dos queijos sonhados. Quando comidos, em vez de crescer, diminuem.

Assim, quanto maior o número dos ratos a comer o queijo, menor o naco para cada um. Os ratos começaram a olhar uns para os outros como se fossem inimigos. Olharam, cada um para a boca dos outros, para ver quanto queijo haviam comido. E os olhares se enfureceram.

Arreganharam os dentes.Esqueceram-se do gato. Eram seus próprios inimigos. A briga começou. Os mais fortes expulsaram os mais fracos a dentadas. E, ato contínuo, começaram a brigar entre si.

Alguns ameaçaram a chamar o gato, alegando que só assim se restabeleceria a ordem. O projeto de socialização do queijo foi aprovado nos seguintes termos:

“Qualquer pedaço de queijo poderá ser tomado dos seus proprietários para ser dado aos ratos magros, desde que este pedaço tenha sido abandonado pelo dono”.

Mas como rato algum jamais abandonou um queijo, os ratos magros foram condenados a ficar esperando.Os ratinhos magros, de dentro do buraco escuro, não podiam compreender o que havia acontecido.

O mais inexplicável era a transformação que se operara no focinho dos ratos fortes, agora donos do queijo. Tinham todo o jeito do gato o olhar malvado, os dentes à mostra.

Os ratos magros nem mais conseguiam perceber a diferença entre o gato de antes e os ratos de agora. E compreenderam, então, que não havia diferença alguma. Pois todo rato que fica dono do queijo vira gato. Não é por acidente que os nomes são tão parecidos.

Guitarra Audaz 2011

14 de fevereiro de 2011

Kotzen em Brasília!




RICHIE KOTZEN

O rockeiro Richie Kotzen está de volta a Brasília e embora ainda promova o álbum "Peace Sign", Kotzen promete um show diferente, tocando músicas do EP "Angry Boy", além de alguns hits de sua carreira. O guitarrista, que integrou as bandas Poison e Mr. Big, tem uma grande legião de admiradores no Brasil, que exaltam o seu trabalho em estilos como Hard Rock, Rock'n'Roll, Jazz, Fusion e Soul. Sua aceitação no Brasil é tanta que uma de suas vindas resultou no lançamento do CD "Live in São Paulo" (2008), gravado no Stones Bar (SP).



SERVIÇO

Data: 18 de março de 2010

Local: América Rock Club (www.americarockclub.com.br), que fica em frente ao Carrefour (QS 03 - Conjunto 13 - Loja 2B - Taguatinga Sul).

Horário: a partir das 21h

Classificação indicativa: 16 anos

Pontos de venda:

GTR Instituto de Guitarra

ASA SUL - CLS 111 BLOCO A LOJA 10

ASA NORTE - SCRN 708/709 BLOCO C LOJA 10

Valor do ingresso: R$70,00 (meia entrada)

* Os valores poderão sofrer alterações sem aviso prévio.

Produção: Cuca Nova

Informações: 61 9136-3887 / contato@cucanova.com.br

3 de fevereiro de 2011

Imagens 21

Não sei se mencionei este fato por aqui antes, mas sou um grande fã da publicidade bem feita. Tem coisas neste meio que realmente me emocionam e me fazem pensar em como alguém pode ter bolado algo tão bacana pra vender um produto ou idéia. Quando eu ainda assistia televisão (há mais de dez anos), muitas vezes me pegava mais interessado no intervalo comercial do que no programa propriamente dito. Tenho também um grande interesse pelo processo criativo no que tange a qualquer forma de divulgação em massa, quando feita com criatividade e excelência.

Por outro lado, morro de rir com as propagandas toscas também. Sempre achei interessante pensar que, supostamente, qualquer idéia, boa ou ruim, foi escolhida entre outras. Além disso, alguém foi pago pra fazer aquilo e, o que é pior, o cliente gostou e aprovou. Isso também me assusta um pouco. A falta de bom senso, referência ou vergonha na cara podem fazer muito mal a quem deseja vender um produto. Quando vejo uma péssima idéia ou mesmo uma boa idéia mal executada, fico pensando nas pessoas envolvidas. Fico imaginando elas olhando umas pras outras empolgadas e dizendo> - É isso! Fechou! Como assim é isso? Como assim fechou? kkkkkkkkkkkk...

Enfim, Hoje recebi pelo FB um comercial que adorei. Como ele é de carro, lembrei de outro muito bom que vi há algum tempo. Espero que gostem.



 
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