29 de novembro de 2009

?



Terminei de ler a biografia do Slash há algum tempo mas precisava esperar para postar algo a respeito. Não pela biografia em si, que afinal de contas, é de fácil leitura e bem divertida. O fato é que durante a leitura da mesma e depois de seu término, alguns questionamentos surgiram em minha mente.

Tentando ser sucinto, achei incrível que uma banda como o G'NR que tinha TUDO pra dar errado desde o início, possa ter tido tamanho sucesso. A probabilidade de todos MORREREM, serem presos (por um longo período de tempo) ou mesmo da banda acabar antes de alcaçarem o sucesso era infinitamente maior do que a de dar certo. Não por falta de talento ou de um bom produto e sim pela mentalidade, comportamento e personalidade de cada membro da banda. Ok... Aqui chega no ponto em que me pego em devaneios pensando se realmente algumas coisas têm que acontecer. Se existem realmente pessoas predestinadas ao sucesso ou, de maneira mais ampla, se existe destino.

Não gosto de pensar que existem coisas já programadas ou escritas antes de nossas decisões ou atitudes. Tenho um certo pânico de tirar de minhas mãos a responsabilidade das conquistas e também dos fracassos. Me sentiria impotente se o fizesse, além de me fazer pensar que, se algumas coisas (ou todas) já estão escritas, como saber pelo que vale a pena lutar? Trabalhar? 

De qualquer forma, a leitura do livro me deu a impressão de que, ao menos para o Slash, as coisas foram acontecendo sem nem mesmo ele saber como direito (Até pq passava a maior parte do tempo chapadíssimo). Uma espécie de escolhido, predestinado... tipo um Neo do Rock'n Roll. O que mais intriga é que apesar do esforço, dos ensaios, e dos apertos, quantos outros não devem ter feito o mesmo ou mais a procura de um lugar ao sol... Principalmente em LA e na época em que tudo aconteceu...

Por que eles? Porque aqueles cinco especificamente? A resposta mais pertinente seria, obviamente, por causa do amálgama resultante da união daqueles cinco músicos que acabou gerando um estilo de música que na época não era comum e que foi amplamente aceito, quando exposto ao grande público através da mídia. Ok. Mas é claro que esse amálgama musical, não foi algo pensado. Foi natural, simplesmente aconteceu, o que nos leva de volta ao acaso, à loteria e mais uma vez tira a responsabilidade das mãos de quem realiza.

Não cheguei ainda a nenhuma conclusão clara sobre isso. Talvez o post esteja inclusive muito confuso. O fato é que, na dúvida, ao menos por enquanto, resolvi continuar não acreditando muito do destino. Pelo menos assim continuo motivado a produzir e a trabalhar e a essa altura do campeonato já sei que mal não vai fazer... ;)

Abraços!

5 comentários:

Varotto disse...

Fala, Marcelone!

Também não acredito em destino, mas de vez em quando o acaso faz das suas, com resultados impressionantes.

Coincidentemente, estava conversando sobre isso com um amigo esta semana, e dei um exemplo que sempre uso quando o assunto é esse.

Quando os Paralamas começaram, ainda garotos e sem disco na praça ou música no rádio, eles foram tocar em um bar na Universidade Rural (UFRRJ), próxima aqui da cidade do Rio.

Mas o show estava quase para começar e o Vital, o baterista que virou música, não apareceu. Então, desesperados, ficaram sabendo que tinha lá um estudante de Biologia que tocava bateria. Um tal de João Barone.

O fato é que o Barone tocou, impressionou, e o Vital dançou.

Agora pensemos o que seria da vida deles se o Vital tivesse aparecido para tocar. Pode ser que eles nunca tivessem conhecido o Barone, e a banda seguisse com o baterista original.

E daí? Poderiam ter feito sucesso do mesmo jeito, ou não. O Vital poderia ter se mandado e a banda com um novo baterista poderia ter se dado bem, ou não.

E a vida do Barone? Teria seguido um caminho completamente diferente, sem ter feito parte da tropa de choque que ajudou toda uma cultura jovem a se estabelecer no país, com um de seus principais nomes.

E o Vital, o que deve ter pensado quando sua antiga banda começou a se tornar um dos pilares da nova onda da música jovem nacional? Quantas vezes ele deve ter desejado ter ido àquele show na Rural? Embora exista a possibilidade de que isso só adiasse sua saída da banda.

Enfim, pensar nisso é muito cruel. Saber que uma decisão, uma esquina pode mudar tudo para seu futuro é de deixar qualquer um maluco.

Por isso que eu nunca tomo decisão nenhuma! ;o)

Abraço!

Edu Falaschi Press Assistant disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mary disse...

O assunto deste post também me intriga. Assim como o colega que postou acima, também não acredito em destino. Mas é certo que às vezes fatos acontecem de um jeito bem interessante. Coisas que vc nunca iria imaginar, acontecem. E o que vc desejou, simplesmente não vingou...
A gente vive nesse mundo cheio de perguntas...
Saudades!
Beijos

Diogo Caparelli disse...

Li este livro também, e me espantou como Slash tinha a capacidade de ser ladrão, um verdadeiro Al Capone hehe.

Diogo Caparelli disse...

Li este livro também, e me espantou como Slash tinha a capacidade de ser ladrão, um verdadeiro Al Capone hehe.

 
Free counter and web stats